Adquira o seu Coach

A ciência por trás do tônus muscular

muscle-science-header.jpg

Os músculos, heróis anônimos do seu corpo, desempenham um papel vital no seu cotidiano. Desde tarefas mais simples, como pegar uma xícara de café, até movimentos mais complexos, como correr uma maratona.

Além do papel deles no movimento, os músculos são essenciais para a saúde e o bem-estar geral. E ao compreender a ciência por trás deles, você poderá apreciar melhor a maravilha que é o seu corpo e otimizar seus treinos para aumentar a sua qualidade de vida.

O papel principal dos músculos esqueléticos

Os músculos esqueléticos, conectados aos ossos por tendões, controlam os movimentos voluntários do corpo. Eles são a força motriz por trás de cada um dos seus movimentos.

Além disso, eles também têm um papel fundamental na manutenção da postura, deixando você em pé mesmo com a força da gravidade te puxando para baixo.1 Uma tarefa simples, como se sentar ou levantar, seria impossível sem os músculos esqueléticos.

Anatomia dos músculos esqueléticos

Para entender como os músculos funcionam, é necessário compreender a anatomia deles.

Os músculos esqueléticos são compostos por fibras musculares, que são células longas e cilíndricas que se contraem para gerar força. Essas fibras são organizadas em feixes chamados fascículos, que, por sua vez, constituem o próprio músculo.

No nível microscópico, as células musculares contêm microfibrilas, compostas por unidades ainda menores chamadas sarcômeros. Dentro dos sarcômeros, os filamentos de actina e miosina deslizam um sobre o outro durante a contração, gerando força e causando encurtamento muscular.2

muscle-science1.jpg

Contração e relaxamento muscular

A contração muscular é um processo complexo que começa com sinais elétricos do sistema nervoso.

Quando você decide mover um músculo, seu cérebro envia um sinal através dos neurônios motores para as fibras musculares, desencadeando a liberação de íons de cálcio nas células musculares. Esses íons então se ligam às proteínas dentro dos sarcômeros, permitindo que os filamentos de actina e miosina interajam e produzam força.3 Quando a estimulação do sistema nervoso cessa, os íons de cálcio são bombeados de volta para serem armazenados, levando ao relaxamento muscular.

Tipos de contração muscular

As contrações musculares ocorrem em três formas principais, cada uma servindo a um propósito diferente:

  1. Contrações concêntricas: quando o músculo encurta enquanto gera força. Em um exercício de rosca, por exemplo, o músculo do bíceps se contrai concentricamente para levantar o peso.
  2. Contrações excêntricas: envolvem o alongamento muscular enquanto o músculo está sob tensão. Na fase de descida do exercício de rosca, o músculo do bíceps se contrai excentricamente para controlar a descida do peso.
  3. Concentrações isométricas: ocorrem quando o músculo gera força sem mudar de comprimento. Manter-se na posição de prancha ou de agachamento são exemplos de contrações isométricas, onde os músculos trabalham contra a resistência sem movimento.

Cada tipo de contração desempenha um papel único no desenvolvimento do movimento e da força, e incorporar todos os três à sua rotina de exercícios pode levar a um desenvolvimento muscular completo.

muscle-science2.jpg

Resposta muscular ao exercício

Diferentes tipos de exercício provocam respostas distintas dos músculos. Vejamos como dois dos tipos mais populares de exercício podem fazer com que seus músculos respondam.

Treino de resistência

Quando você faz um treino de resistência, como exercícios de peso corporal ou levantamento de pesos, seus músculos sofrem microrrupturas nas fibras musculares. Essas microrrupturas ocorrem como resultado do estresse sofrido pelos músculos durante o exercício.4

Em resposta a elas, o corpo dá início ao processo de síntese de proteína muscular, em que novas proteínas são criadas para reparar e reconstruir as fibras musculares danificadas. Ao longo do tempo, com treino de resistência consistente e descanso adequado, essas fibras musculares reparadas aumentam em tamanho e volume, levando à hipertrofia muscular.

O treino de resistência também aumenta a produção de hormônios como a testosterona e o hormônio do crescimento, que promovem ainda mais o crescimento muscular e o desenvolvimento de força. Essa adaptação envolve um aumento no tamanho muscular (hipertrofia) e melhorias no recrutamento e coordenação das fibras musculares, aumentando a força geral e a produção de potência.

Exercício cardiovascular

Ao contrário do treino de resistência, o exercício cardiovascular se concentra principalmente no sistema cardiovascular, incluindo o coração e os vasos sanguíneos. Atividades como corrida, natação ou ciclismo aumentam os batimentos cardíacos e o fluxo sanguíneo, melhorando a resistência e a eficiência cardiovascular. Além disso, essas atividades mobilizam músculos do corpo inteiro para apoiar o movimento e manter a postura.

Embora o exercício cardiovascular possa não levar a um crescimento muscular significativo como o treino de resistência, ele ainda oferece inúmeros benefícios para a saúde muscular. Durante o exercício cardiovascular, os músculos sofrem contrações repetitivas, que ajudam a manter o tônus e a flexibilidade.

Esse tipo de exercício também promove o fornecimento de oxigênio e nutrientes aos músculos, apoiando sua função e recuperação. A prática regular de atividades de cardio também pode ajudar a prevenir a perda muscular relacionada à idade (sarcopenia) e melhorar a saúde metabólica em geral.

Ao combinar o treino de resistência com o exercício cardiovascular, você cria uma rotina fitness poderosa que aumenta o crescimento muscular e a saúde em geral.

muscle-science3.jpg

Adaptação e recuperação muscular

Depois do exercício, os músculos passam por um processo de adaptação e recuperação. Durante esse período, eles reparam as fibras danificadas e aumentam de tamanho e resistência para melhor atender às demandas futuras.

É por isso que o descanso e a recuperação regular são tão importantes! Esse par pós-treino é tão essencial quanto o exercício. (Leia mais uma vez para fixar essa informação.) Ao fazer isso, você permite que seu corpo restaure a energia e repare os danos nos tecidos. Sem o descanso adequado, os músculos podem ficar fatigados e mais propensos a lesões, atrapalhando o seu progresso e desempenho.

E não se esqueça da última peça do quebra-cabeça: alimentação adequada. Ter uma alimentação equilibrada, com ingestão suficiente de proteínas, fornece ao corpo os blocos de construção para a reparação e crescimento muscular. Combine isso com hidratação adequada e micronutrientes como vitaminas e sais minerais para desbloquear a função muscular ideal e sua recuperação.5

Vamos recapitular

Compreender a ciência por trás do tônus muscular permite que você otimize seus treinos e atinja seus objetivos fitness com mais eficácia.

Adote essas cinco dicas simples em sua rotina:

  1. Diversifique seus treinos: incorpore uma variedade de exercícios, incluindo treinos de resistência e atividades cardiovasculares, para estimular o crescimento muscular e saúde cardiovascular.
  2. Priorize o descanso e a recuperação: dê tempo suficiente para seus músculos se recuperarem entre os treinos para evitar sobrecarga e otimizar o crescimento.
  3. Nutra seu corpo: tenha uma alimentação equilibrada, rica em proteínas, carboidratos, gorduras saudáveis, vitaminas e sais minerais para apoiar a reparação e o crescimento muscular.
  4. Ouça o seu corpo: preste atenção aos sinais de fadiga ou lesão para ajustar a intensidade e a frequência dos treinos.
  5. Estabeleça metas realistas: o progresso leva tempo, então seja paciente e consistente nos seus esforços, concentrando-se em melhorias graduais em vez de resultados rápidos.

Tonificar seus músculos não significa apenas exibir sua força; é uma prova da incrível ciência por trás do movimento e da saúde humana.

Ao compreender e aplicar esse conhecimento, você pode desbloquear todo o seu potencial e embarcar em uma jornada para ter mais força, vitalidade e bem-estar.

Experimente o Freeletics agora

Fontes

[1] Narici, M., et al. (2016). Skeletal Muscle Remodeling in Response to Altered Use. Journal of Muscle Research and Cell Motility, 37(4), 135-137. DOI: 10.1007/s10974-016-9440-7

[2] Standring, S. (Ed.). (2016). Gray's Anatomy: The Anatomical Basis of Clinical Practice (41st ed.). Elsevier Health Sciences. ISBN-13: 978-0702052309

[3] Huxley, A. F., & Niedergerke, R. (1954). Structural Changes in Muscle During Contraction; Interference Microscopy of Living Muscle Fibres. Nature, 173(4412), 971-973. DOI: 10.1038/173971a0

[4] Schoenfeld, B. J. (2010). The Mechanisms of Muscle Hypertrophy and Their Application to Resistance Training. Journal of Strength and Conditioning Research, 24(10), 2857-2872. DOI: 10.1519/JSC.0b013e3181e840f3

[5] Phillips, S. M., & Van Loon, L. J. (2011). Dietary Protein for Athletes: From Requirements to Optimum Adaptation. Journal of Sports Sciences, 29(Suppl 1), S29-S38. DOI: 10.1080/02640414.2011.619204